terça-feira, 28 de dezembro de 2010

MENTEparaNORMAL: A CASA VERDE - 27 dez 2010

Merit

Parabéns ; você agiu de forma doce e nada é mais agudo e fecundo como a doçura.
Parabéns a sua filha também ,ela já começa a mostrar de que ventre veio.
Tudo na vida tem seu preço e seu tempo.
Você tem feito valer tudo que tem passado tirando dele a essência e a transformado em remédio.
Deus te abênçoe
Edelvira

terça-feira, 14 de setembro de 2010

VOU EXPUGAR PARA SEMPRE DA MINHA VIDA

Aqui vou mexer com mais gente que está debaixo da terra, mas é preciso,preciso desesperadamente da liberdade . Acho que sou uma pessoa abençoada, pois nesta vida vivi coisas que jamais ousaria pensar. Não sou melhor que ninguém, mas que existe algo especial na minha existência, isso existe. Talvez Deus queira abreviar as minhas encarnações me permitindo viver situações exóticas nesta vida, para que eu me aprimore ou então em outras vidas eu fui um terror. A primeira coisa que me fez diferente (numa determinada situação) foi ter sido obediente. Perdi meu pai, ele com 33 anos, quando eu tinha seis anos. Morreu vítima da tuberculose que ele pegou trabalhando, numa circunstância especial. Digo especial porque ele era funcionário do Ministério da Guerra, no material de Intendência e durante a II guerra , quando os brasileiros chegaram à Cicília-Itália , o povo não tinha mais roupas. O Brasil vendo aquilo resolveu mandar com urgência roupas e calçados para o povo italiano, não foram apenas donativos, o governo pegava nas lojas também. Essas roupas eram enviadas ao exercito e lá separadas e embaladas para serem entregues, iam de navio. O trabalho era urgente, pessoas nuas, desagasalhadas e o pessoal do material de intendência não media esforços no trabalho, não eram compelidos a trabalhar mais por ninguém, apenas o faziam por solidariedade. Depois de trabalhar dias e dias, sem alimentação adequada, sem descanso, esses funcionários já debilitados pelo inverno da cidade de São Paulo, dormiam sobre fardas e materiais trazidos da Itália. Não se preocuparam, ali naquele material vindo da Itália, da frente de batalha ,estava o bacilo, todos ficaram tuberculosos Meu pai ficou aparentemente curado, foi aposentado e casou-se com mamãe, a doença ainda não tinha cura e ele era estigmatizado. Ela sofreu enorme pressão para não se casar com ele, mas o amor venceu. Só que papai, são-paulino fanático, jogador de futebol, jovem, alegre, pé de valsa, acho que esquecia ou queria esquecer-se do que passou e descuidou-se, resultado: a tuberculose o ataca novamente, eu tinha nove meses e ele foi para o Sanatório, primeiro em Sorocaba, depois São José dos Campos. Lembro-me dele com carinho, quando ele vinha nos visitar , ficava num quartinho no porão , quando ia embora punha os talheres que usou em uma lata , colocava querosene e os queimava, depois os colocava no lixo, mas estavam impossibilitados para o uso. O prato e copo eram quebrados. Lembro-me dele levando-me passear segurando na mão de uma boneca, entre nós dois a boneca. Lembro-me de pedir colo e ele me colocar nos joelhos, eu voltada para frente, não era assim que eu queria... Lembro-me das lágrimas nos olhos dele espelhando as minhas. Eu não entendia e fazia birra. Minha mãe ficou viúva aos 30 anos, ela era linda. Havia nessa época um preconceito imenso, a tuberculose ainda não tinha cura, e o simples fato de ser filha de um tuberculoso eu poderia sofrer discriminações. Desde os quatro anos estudava no Santa Escolástica,minha mãe trabalhava na fábrica de tecidos,para custear a escola,já que a pensão do papai não permitiria esse luxo,mas era um sonho dele que eu tivesse a mesma educação de sua mãe,que eu fosse professora. Então minha mãe, após a morte de meu pai,com a melhor das intenções, pediu que quando perguntassem pelo meu pai que eu dissesse: morreu. E não comentasse mais nada. Assim fiz. Sem questionar, na verdade eu não enxergava preconceito nos outros, sequer imaginava existir tal coisa. Essa obediência custou caro. Meu primeiro amor, meu primeiro namorado, era filho de uma família que me conhecia desde os nove anos, freqüentei a casa dele como coleguinha de suas irmãs e na adolescência o vi com novos olhos. Foi um namoro difícil de descrever, todos sabiam, mas namorávamos escondido da família dele. Encontrávamo-nos às escondidas, na frente da família era como se nada acontecesse, eu tinha treze anos ele dezoito. Minha vida era uma eterna festa de aniversário, de tanto bolo que eu levava, não sabia o motivo. Foram dois anos e meio, terminávamos e voltávamos, eu não conseguia entender o que acontecia, minha mãe já havia percebido, mas não me falou. Então cansei de ser deixada de lado, cansei de viver um amor puro às escondidas, quando tantos queriam me namorar. Jamais podia imaginar o motivo. Descobri através de uma amiga, anos depois e me causou além de uma tristeza profunda, uma depressão que precisei de terapia. Aquela família a quem eu tanto amava e respeitava baseada na informação mínima sobre meu pai, e olhando para minha irmã cujo biótipo é o do meu pai e o meu é o da minha mãe, tinham a certeza de que eu era filha de mãe solteira e que ainda tinha outra irmã de pai diferente. Por isso boicotavam o nosso namoro, apesar de “gostarem” de mim, temiam que eu engravidasse e quisesse dar o golpe da barriga. Meu Deus, isto é que foi uma tortura para mim, meu namoro era puro, apesar dos meus hormônios estarem em ebulição e eu o desejasse como o náufrago deseja a terra firme, por respeito e fidelidade aos pais dele e a minha mãe, jamais fizemos nada, sabíamos que eles temiam isto. Foi algo marcante, tão marcante que influenciou o resto da minha vida, meu casamento capengava, mas ao descobrir que por não ter pai fui julgada e condenada a não viver um grande amor, jurei para mim mesma que jamais me separaria, antes da minha filha estar casada. Parece tolice, para mim não era. Cumpri o prometido. Minha filha casou-se (e muito bem) aos 29 anos. Aí pude tomar a decisão de mudar minha vida. Não corria o risco de que por preconceito minha filha fosse estigmatizada e impedida de viver o amor em sua plenitude. Sofri, fiz terapia, trabalhei minha cabeça por muitos anos, achei que não guardava mágoa para com ninguém. Doce Ilusão!!! Quando você mexe no baú das recordações elas vêm mais fortes e cortantes então decidi republicar. Doa a que4m doer , ele não vai ler com certeza a soberba o impediria ,mas o prazer que tenho é de dizer que nos meus dois casamentos,fui respeitada pela inteligência e integridade,nunca vivi às custas de ninguém, tenho nome limpo , respeitado e crédito na praça. Aquí está a diferença. Mesmo morando na mesma cidade eu o vi de longe três vezes nestes últimos 41 anos. Desejo a ele e a família o bem, a dor me ensinou uma grande lição. PRECONCEITO NÃO! Mas para deixar bem claro que eu tinha pai e mãe, vou postar fotos, do casamento, outra em que estou com os dois e minha irmã maravilhosa está no ventre da minha mãe. Colocarei também uma foto da minha mãe e você dirão era preconceito ou pura dor de cotovelo? Dona Maria era muito mais bonita.Trabalhadora e DIGNA. E agora José? Demoro???

Minha vida é exótica , mas estou começando a destrinchar os nós do meu passado.Quero e vou ser livre.

Terça-feira, 14 de setembro de 2010

Já postei este texto e estou repostando,pois sinto necessidade disto.Além do trauma abaixo referido, tinha mais um que me incomodava e muito.
Como disse estudei no melhor colégio de Sorocaba ea cho que foi uma grande sandice o que fizeram comigo.Nunca misturem alhos com bugalhos.
Eu era de família simples e vivia no meio da classe A da cidade ainda pequena, resultado, mais traumas.
Desde os quatro anos , ( eu era bonitinha) eu cantava , dançava e participava de todos os ensaios para as festividades , que as " Santas Freiras" cobravam ingresso dos alunos para assistir as apresentações. Nunca fui convidada a me apresentar , apesar de me esmerar em tudo que fazia, assim foi aos 4 anos, aos 5, aos 6, aos 7 e nunca,nunca mesmo cantei um só refrão ,jamais dancei nas pontas dos pés ou em outro tipo de dancinhas próprias da idade. Com o tempo e a ingenuidade da minha mãe fui acreditando que eu era um verdadeiro desastre cantando ou dançando. A mágoa calando fundo, mas o esforço da minha mãe era imenso, ela era linda e trabalhava como tecelã para pagar o colégio e não ver a filha exposta ao que posso chamar de AFRONTA MORAL INJURIA.
Naquele tempo as ditas cujas beneditinas, reservavam o horário da manhã para quem não podia pagar e a série a que pertenciam eram marcadas por botões amarelos.
No período vespertino, aqueles que pagavam em dia usavam botões vermelhos.
Em qualquer festividade da escola se um grupinho de meninas de botões vermelhos se aproximava de um banco do jardim em que estavam meninas iguais a nós, portando os botões amarelos, estas eram obrigadas a levantar. Eu não tinha noção, era pura, mas aquilo me incomodava,pois eu não podia nem conversar com a minha vizinha que tinha o botão amarelo.
O tempo passou e eu segui acreditando que era um fiasco cantando, nem na igreja tinha a petulância de cantar junto. Isto tem 52 anos.
Resolvi acabar com os demônios que devoram minha alma, quero ser livre e, portanto matriculei-me numa escola de canto, não sem antes explicar ao professor ( Prof. Zack )toda a minha certeza da desafinação , da falta de ouvido, etc. E ele me disse que se eu era assim teria que me empenhar e muito para conseguir alguma coisa. Topei a parada. Eu e meus demônios...Descobri quer não sou desafinada e até tenho um timbre bonito.Estou só começando, mas volta e meia me vem a cabeça aquela madrezinha...que nunca me colocou porque eu era POBRE.OU MELHOR NÃO PERTENCIA A NATA.,porém tinha notas muito melhores que as delas.
E mexendo nesse vespeiro que são os traumas de infância relembrei de outro que ainda me machuca e que quero E VOU EXPUGAR PARA SEMPRE DA MINHA VIDA.
Hoje adoro amarelo e uso muito pouco vermelho, que estas madres recebam o que merecem, porque o que me importa agora cantar.
AH! Se elas fossem vivas!!!

domingo, 12 de setembro de 2010

Rolando na cama

Cantarolando , não consigo dormir.Há um misto de saudades , um pouquinho de tristeza ,porém a esperança equilibrista também se faz presente.
É a primeira vez na vida que sou dona do meu nariz,que posso ir para onde quero sem ter que prestar contas,porém não sei para onde vou.
Da vida sei o que não quero,mas ainda não divisei o que quero.
Estou vivendo numa bolha,minha mãe doente, só uma irmã, me impedem de viajar.
Queria caminhar pela areia,sentindo a brisa do mar , aquele cheiro de maresia.
Queria cantar só para eu escutar " manhã feliz"ou então " O negócio é amar".
São coisas bem simples que me fariam um bem enorme , sentir a água do mar labendo meus pés.
E eu ali, a cada pegada o mar viria logo em seguida e as apagaria.
Seria um exercício e tanto.
Reveria os momentos de felicidade,com certeza choraria e muito,reviveria também a saudade , a tristeza e a melancolia, eis que de repente mergulharia naquele oceano como se buscasse um norte e com certeza Iemanjá iria me mandar um aviso.
É preciso estar atenta aos recados dados , a sincronia.
Fechada neste apartamento,não os recebo.
Preciso do mar,preciso da prece,preciso me revigorar.
Quero viver, vou viver e com tal intensidade que farei valer os dias que me restam.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ayrton , preciso de você , do seu colo

Hoje preciso falar do Ayrton, preciso falar com o Ayrton, preciso do abraço afetuoso e amigo, preciso daquele amor ágape que iluminava minha vida e fazia com que ela tivesse sentido.
Nos braços dele descobri o amor pleno, sem restrições, sem apegos e melindres, éramos mais que marido e mulher, éramos amigos de fato. Ele conhecia todas as minhas mágoas, lembranças dolorosas do passado, um amor mal resolvido por conta de preconceito infundado (não dá minha parte).
Conversávamos sobre tudo, sobre seus amores, sobre suas dores, sobre o que realmente sentimos por outras pessoas e sentíamos entre nós.
Havia tamanha confiança, recíproca, que éramos realmente um. Conhecemos-nos pela Internet, depois pessoalmente e a partir dessa data nunca mais nos deixamos.
Onze meses depois dividíamos o mesmo teto e todas as nossas alegrias e frustrações, bem como os nossos gostos pela boemia. Realmente encontrei meu par.
Com ele falava com tranqüilidade sobre tudo e sobre todos, não havia nada que escondêssemos do outro por falsos moralismos ou desejo de ser alguém sem defeitos.
Nove meses após nossa união ele ficou doente, foram dez cirurgias e a amputação de suas pernas. Não deixamos de viver. Estava ali, ao lado de um HOMEM, que tinha um cérebro maravilhoso, suas pernas apenas eram veículos de transporte que uma cadeira de rodas resolveu.
Até uma ex-noiva dele com quem sonhou e foi tomado de sobressalto, ajudei-o a encontrar o telefone da irmã dela para que pudesse ter notícias. Foi mágico este momento, ali estava provado que nos unia era maior que a palavra matrimônio.
Foram sete anos de luta, que nos união mais e mais. Eu admirava aquela inteligência brilhante, aquela cultura invejável, aquele senso de humor que tornava nossas vidas completas. Ele me aconselhava, mostrava-me outro enfoque de cada situação que vivi e deixou marcas, descendente de suíços e alemães tinha outra visão de mundo.
Sua formação acadêmica, formado em Pedagogia com especialização em Sociologia Política, a especialização em Ciências biológicas para ensinar, o curso de Psicologia Clinica abortado no quarto semestre frente às dificuldades em conciliar sua vida de diretor de escola em Sorocaba e o Curso noturno na PUC em São Paulo (naquele tempo não havia a Castelo Branco) O curso de Direito, terminado e exercido. Sua época de jornalista nos tempos da faculdade. Era um homem de um repertório fantástico.
O gosto musical, o requinte, a magia que existia naqueles olhos azuis, o carinho por mim, Deus foi excepcional para comigo, pedi a ele quando fiquei só, alguém que se preenche a minha vida, na verdade fiz uma listinha dos atributos desejados e posso dizer: DEUS FOI MUITO ALÉM DO QUE PEDI.DEU-ME MUITO MAIS.
E olhe que carreguei nas tintas ao listar como eu queria alguém. Ele foi exótico e surpreendeu-me. Deu-me muito mais do que merecia e posso afirmar que fui exigente.
Ele se foi, um leve AVC que se complicou o levou desta terra para o andar de cima.
Sinto uma saudade, um vazio, uma vontade de chorar e choro mesmo.
Tenho 59 anos, mas sei que tenho que continuar vivendo, afinal a minha alegria, dizem que é meu diferencial, foi uma das coisas que o cativou.
Ele era quinze anos mais velho que eu, viveu intensamente sua vida,eu não , então me dizia que era para eu viver e que um dia nos encontraríamos novamente.
Estou tentando, voltei ao grupo de seresteiros do qual fazíamos partes e quanto choro ao ouvir as músicas que ele gostava.
Tenho a nítida impressão que ele me empurra para a vida, para viver o tempo que ficamos reclusos pela saúde dele e depois pela minha.
Faltam dois Herceptins e acabo o tratamento contra o câncer de mama, até agora pelos exames estou curada. Depois de 15 de outubro que será a prova dos nove...
Até lá e depois o que faço?
Preciso do seu abraço amigo, preciso do seu encorajamento,preciso de você, mas você está em outra dimensão.
Por favor, amor, manda um anjo me orientar, dá-me força para continuar, é lógico que eu te amo, mas á vida está aí e você queria que eu vivesse plenamente. Tenho medos, angústias e uma enorme solidão
Queria lhe dizer, Meu Ayrton que a música que casa completamente com o que sinto é:
Contigo aprendi, do Manzanero que ouço na voz da Gal.Não quero entrar em depressão, mas preciso de um anjo que me instrua e não me deixe cair em ciladas , afinal eu tenho seu nome para honrar e o dos meus filhos.
Eu te amo.
Lúcia

Como é duro perder os que amamos

Apesar de só podermos ter uma certeza, que a morte é inevitável e não discrimina ninguém, apesar de conhecer que é apenas uma mudança de nível, apesar de crer que a alma não morre. Apesar de tudo, o racional sabe o coração parece não querer entender.
Como dói. Este ano para mim foi um ano de perdas.
Esta última semana foi marcante e trágica, perdi duas pessoas das quais gostava muito, Ângela Martins Vieira e Marco Flávio da Costa Chaves. Ela no dia 23 , ele no dia 28. E os conheci no mesmo ambiente, na escola em que trabalhava Os Marquinhos meu aluno, na sexta e sétima série, a Ângela (multifuncional) ministrou a nós professores de Português um curso rápido e intensivo de jornalismo, ou melhor, de como se faz uma jornal.
A finalidade do curso era que nós soubéssemos como se faz num jornal de verdade, para que criássemos um jornal com os alunos. Como aprendemos e quanto aprendeu a gostar dela, da sua maneira doce e da sua entrega. Ela nos conquistou e nos fez admirá-la, Ângela era conteúdo, emoção, razão, sensibilidade, honestidade. Foi alguém que valeu à pena conhecer. O tempo pode afastar as pessoas, mas Deus nos permite reencontrar para pelo menos um abraço gostoso e sincero ser trocado. Eu a vi pela última vez há uns cinco meses. A conversa foi curta, porém profunda. Foi providencial e abençoada. Hoje não a temos mais entre nós, mas aquele abraço, ninguém me tira.
Os Marquinhos eram aluno, gostava muito dele por sua maneira gentil e doce, um dengo. Era amigo dos seus amigos, jamais usou de arrogância para com os professores, o que infelizmente é comum àqueles que têm posses e sobrenomes , numa escola particular.
Ele era um diferencial, comportava-se como um Lorde; era generoso, sabia ouvir e mesmo diante de uma entediante aula de análise sintática, tinha sempre um sorriso e uma palavra de carinho para comigo, acredito que para todos os outros professores.
Quando soube de sua partida , quando vi que ele bateu o carro para não atropelar dois estranhos que pularam uma mureta e adentraram a pista , não estranhei. Ele realmente se preocupava com os outros.
Nunca me digam que foi imprudência, imperícia, ou o acaso, não. Ele deu a vida dele para não tirar a dos outros. Era bem dele isto.
Sei que á vida continua , mas estou mais pobre, mais triste .
Não adianta nada o conhecimento que tenho , quando as lágrimas teimam em rolar , quando o coração se aperta em um nó sem fim.
Gostaria de ter tido a oportunidade de um último abraço, mas fica para mim o seu sorriso. Não é o primeiro ex-aluno que perco, mas nunca me acostumarei à idéia.
Tenho feito preces , pedindo por eles e pelos familiares , mas a dor não passa.
Sinto-me só.Pequenina, impotente , arrasada.
É uma forma brutal de se perceber que perdemos tempo, que a vida nos dá chances de dizer que amamos e às vezes não fazemos.
De forma inglória , só queria dizer , Ângela e Marquinhos, amo vocês. Estejam em Deus.

sábado, 28 de agosto de 2010

O difícil recomeço

Começar , recomeçar, tudo nos parece incerto como agora , diante de uma página em branco, o que escrever, que emoções deixar aflorar, qual linha de pensamento seguir, assim é a vida. A vida de alguém que aos 59 anos torna-se a única e exclusiva responsável pela sua própria vida.
Estou começando a desenhar meu futuro, não há esboço , não há parceiro , há apenas um enorme sol que brilha lá fora e estradas a caminhar.
De onde partir? Vou começar com o conhecimento que consegui adquirir estes anos,com o amor que fui agraciada, com o carinho dos meus frutos e dos frutos destes,meus netos.
A caminhada sozinha parece-me árdua,já tive companhia , alguém com quem dividia minhas dúvidas, medos ,inquietações, esperanças,alegrias e muito riso.
Hoje trago na bagagem o amor que vivi e as coisas tristes que aprendi dos seres humanos, como somos imperfeitos!!!
A Terra sendo uma escola é lógico que não haverá homogenidade, mas como é difícil conviver ou melhor aceitar as diferenças que nos machucam.
É fácil não ter preconceitos quando estes não batem a nossa porta,o difícil e aceitar e amar os diferentes , principalmente os de caráter.
Preconceito de credo ,raça, cor,religião, isto não...já consegui atravessar esse canteiro de flores multicoloridas e acho uma bênção o nosso país ser uma Arca de Noé.
Expectativa ? Preciso ter, há muito que caminhar ,pois não sei o tempo que me resta , mas esse tempo tem que valer à pena, tenho que ser útil, tenho que produzir,fazer trabalho voluntário, dar de mim.Parafraseando o Padre Tadeu : “Deus é escandalosamente bondoso comigo”.
Sendo assim ensaio os primeiros passos , volto ao meu grupo de seresta que já foi " nosso",volto ao convívio dos meus,volto à vida.Devagar ,mas volto.
Cansada, abatida!!! Sim , mas volto.
Acho que nasci para recomeçar , nasci para voltar, sou resiliente...
Dizer que sou uma Fênix seria um pouquinho demais, mas estou disposta a caminhar e não a passos curtos .
Estou à porta , o mundo se abre:"Não sei por onde vou,Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"(José Régio)
Sei apenas o que não quero para mim, já é um começo...então vamos...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Meu lema , observando apenas que sirvo há um só Senhor "Deus" e que o outro citado é apenas uma licença poética

Cântico negro

José Régio


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

Voltar a escrever, só assim vou lavando a alma

Voltar a escrever, só assim vou lavando a alma

Quem escreve agora não é mais uma mulher que tem um ombro, um apoio, um alicerce. O meu apoio, o meu amor passou para o andar de cima. Agora sou só uma mulher só.
Não me queixo da vida,já tive o meu quinhão de felicidade.Fui amada e amei intensamente.
Hoje vivo só,mas sei que lá fora há o mundo e seu Raimundo....e que a solidão é algo momentâneo e que me leva a conhecer mais a mim mesma.
Tenho vivido grandes dissabores ,não os da separação pela morte , pois está não está sobre o controle humano, o nosso controle.Tenho a certeza e a convicção inabalável que amei, cuidei , acariciei ,poupei e lutei para que ele continuasse vivo e com qualidade de vida.TENHO A CONSCIÊNCIA TRANQUILA.E isto causa mal estar àqueles que não a tem.
Tenho sofrido agressões psíquicas , injúrias,difamações , calúnias .Tenho me quedado inerte ,pois em memória de quem amei não gostaria de levar a justiça àqueles que me enxovalham porque não foram capazes de cuidar , amar , atender .Aqueles que o meu amor gerou e que hoje (peço a Deus que não permita que ele veja de onde está o que fazem).Lamentável.Não merecem o sobrenome que possuem. Enlameiam seus ancestrais.
De mim falam mal, queixam-se e devaneiam crendo que fui presenteada, sustentada... só rindo.
Um dia desses entro com uma ação , por difamação ,calúnia,injúria e danos morais.O ônus da prova cabem a quem acusa e é só pegar as nossas declarações de imposto de renda e comparar. Vão cair de costas... E vão ficar com as calças nas mãos, porque estas ações as condenações são pecuniárias. Se receber ,doarei tudo ao Gepaci.
Tenho tido uma paciência infinita para não gritar ao mundo minha indignação e revolta contra esses seres que me maldizem e nada fizeram de bom para o pai.
O por quê ? Fácil de entender. Esses filhos nunca gostaram de trabalhar, sempre foram chupins e agora ...queriam o vil metal, só que o papai não tinha mais, havia gasto em sua doença de sete anos , gastei junto e não lamento um centavo gasto com ele.
Quantos horas extras no trabalho , quantos dias e noites no hospital, quanto deixei de fazer por mim, mas valeu à pena.
Só não consigo aceitar e perdoar esses elementos que me acusam injustamente.
Poderia sim , colocá-los em maus lençóis , só não o fiz em respeito ao meu amor que partiu, mas...minha paciência também tem limites e eu já os ultrapassei.
Tenho pedido a Deus, e a Maria de Nazaré que me guardem e resguardem.
Tenho pedido a Nossa Senhora da Revelação que escancare ao mundo quem é quem nesta história. Que o mundo venha a saber das qualidades e defeitos de cada um de nós envolvidos nessa torpe história de bens materiais.
É horrível encarar a miséria humana , ver duas pessoas de quarenta e poucos anos, outo de vinte e poucos tramarem e pensarem que sou como eles. Não , não sou farinha do mesmo saco.Nem vinho da mesma pipa.
Tenho perdido horas de sono, peso ,de tanta indignação.Tenho chorado muito,porém tomei uma decisão.
Durante o tempo que namorei , casei, e até a presente data HONREI o homem que foi meu esposo.
Agora vou viver minha vida , ainda estou em tratamento contra um câncer de mama, parece que já venci , há mais de dezoito meses venho lutando e por minha conta $.
Agora chega!!! Chega desses trambiqueiros de fala mansa.Desses demônios com cara de anjos,Chega !!! Cansei de ser insultada.
Amo a família de quem carrego o nome, os tios , os cunhados , os primos.Porém os descendentes me enojam.
Com toda a certeza saíram a mãe , pois esta já caiu em contos do vigário(pelo menos três vezes)isso prova que é ambiciosa apesar de se fazer de santa, de tonta.
Se a família do meu falecido marido não quiser mais contato comigo por causa dos sobrinhos , não tem problema, eu os levarei no coração e eles sabem o que fiz e com que satisfação fiz.
Chega que ficar trancada em casa , chega de chorar dias e noites,chega de agüentar maledicências enquanto "eles" estão praticando contravenções.
Não os delatarei ,mas espero que a justiça divina se faça.
Apenas peço a Deus que me livre deles.Peço a São Miguel Arcanjo que batalhe por mim.E peço a mim mesma para refletir sobre tudo isto e tocar a vida em frente.
A partir de hoje , deste momento vou usar o poema Cântico Negro como escudo e broquel.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Estou inquieta

Sexta-feira , ao final da consulta com o médico da radioterapia ele me disse que eu estava curada, que deveria descansar uns dois meses antes de procurar o mastologista.
Afinal são quinze meses de um médico a outro e exames e mais exames.
Fiquei feliz ,mas... uma pulguinha me pegou atrás da orelha.
Se o câncer é uma doença traiçoeira porque vou dar mole para ele?
Amanhãmesmo marco o Mastologista , quero fazer mamografia ,ultra som...e ficar tranquila.
Ou então lutar novamente...
Depois eu conto o resto.
beijos

Hoje estou macambuzia

Não sei o que tenho , ou melhor , sei.
Sext

sábado, 10 de abril de 2010

Não sabia mais como postar

Faz um ano que nada escrevo , não por falta de assunto ou por outros problemas , apenas porque não conseguia acessar meu blog. Havia migrado do Terra para a Globo e o antigo provedor não me permitia mais escrever. E tive dificuldades com o blogger.
Se não fosse a Merit citar algo que eu havia escrito e nem me lembrava ,ficaria mais um ano sem poder desabafar.
Escrever nos trás alívio e nos permite conectar com a verdade, com as dificuldades e muitas vezes nos faz encontrar a solução.
Estou em tratamento contra um câncer de mama , já fiz a quimioterapia , fiquei careca, os cabelos já cresceram.Ontem encerrei a radioterapia . Ainda faltam cinco seções de Herceptin , um bloqueador desse tipo de tumor , a cada 21 dias.Encerro essa fase dia 19 de julho.
Mudei da minha casa para um apartamento há onze meses, agora moro no centro da cidade. Estou feliz aqui.
Estou me aquecendo para escrever, hoje não estou em condiçõesde me abrir , minha mãe está mal .
Até a próxima.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Encarando os fatos

De hoje em diante não falarei mais da doença que me atingiu, falarei somente da cura, pois ele( o tumor) foi extirpado de mim , e vou focar na palavra mais bonita para mim, hoje. CURA
Meu mastologista num gesto de grandeza me encaminhou a um oncologista clínico, Dr. Gilson Delgado, para que este desse continuidade ao meu tratamento.
Dr. Gilson foi maravilhoso comigo, encontrei ali um ser humano capacitado e cheio de boas intenções, solicito, amável, realmente ,depois de tal recepção e explicações não fiquei deprimida ao saber que terei que passar pela quimioterapia.
Fiz outros exames, um Doppler de coração e exames de sangue, também houve necessidade de fazer um teste de Fisch, que é um exame mais elaborado, feito dos tecidos retirados, para confirmar ou não que sou portadora do Her 2 (no exame da biopsia não ficou claro, apenas a possibilidade).
Estou acima do peso, já estava, mas ao descobrir o problema, descompensei e ataquei a geladeira.
Houve uma noite, antes de eu ter a certeza, que levantei de madrugada, peguei um pote quase cheio de sorvete de milho verde, quebrei bolachas em cima e coloquei bastante canela. Fiquei ali no escuro, sentada no chão, lágrimas rolando e eu devorando o sorvete. Por quê? Não sei, tive vontade, estes são momentos de introspecção e o que estava fazendo satisfazia minha criança interior, nunca antes havia me escondido e tomado sozinha quase um pote de sorvete, parece brincadeira, mas me acalmou.
Na próxima sexta-feira tenho uma consulta com a nutricionista, preciso emagrecer e fazer uma alimentação correta. No dia 17, se o exame daqueles tecidos estiver pronto volto ao Dr. Gilson e então marcaremos o início da químio
Já estou conscientizada de que meus cabelos cairão.,mas nascerão de novo, como o sol faz todo dia ( deixa eu tentar dar um toque de poesia), assim já vou providenciar uma bela peruca...hahaha...e vocês poderão usar comigo o bordão da moda: _ Força na peruca!
Depois da químio que não sei ainda de quando em quando, por quanto tempo, estas coisas segundo o médico são decididas de acordo com a evolução e as intercorrências.
Logo após devo fazer radioterapia e uma viagem a Índia ( isto não está na prescrição,mas sonhar não custa nada)
A vocês meus amigos, aquele abraço.

10/03/2009

Câncer = Mágoa (Má-água )

DEUS é bom e misericordioso, já fiz minha cirurgia e retirei o câncer da minha mama. Na próxima semana saberei qual o tratamento.
Sempre ouvi e li que câncer é mágoa, e eu vivia me perguntando de quem seria a mágoa que eu carreguei por tanto tempo que se transformou nesse nódulo.
Quando você realmente quer saber, Deus mostra.
Eu descobri da forma mais interessante possível, sempre digo que Deus é incrivelmente exótico para comigo, talvez porque eu gosto do exótico, do que me surpreenda então ele sempre age assim comigo, pois o Criador trata cada qual de seus filhos de maneira específica para que você saiba que é com você mesmo que ele está falando.
Durante mais de cinqüenta anos eu alimentei uma mágoa contra a minha avó materna, minha avó Rosa. Eu não gostava dela, achava que ela era implicante comigo e nunca senti nenhum afeto por ela.
Nos meus aniversários, quando eu era menina , ela sempre aparecia em casa à tarde e o meu bolo era cortado à tarde, pois ela não podia comer depois do anoitecer e isso me dava muita raiva. Eu achava que ela estragava minha festa de propósito.
Ela era portuguesa, tinha um sotaque bem acentuado, eu adorava meu avô, minha vovó eu tinha horror.
E para falar a verdade, ela morreu na hora que eu estava saindo para comemorar minha carta de motorista, isto há mais de trinta anos.Aquele dia eu disse seria a última festa que ela atrapalharia.
Diferente de mim , minha irmã Elide , gostava de ver o bolo cortado à tarde e a noite, para ela, minha avó proporcionava duas festas. Viu..!!!Tudo uma questão de ótica.
Durante toda minha vida não usei roupa estampada porque lembrava minha avó, e com os anos fui acentuando essa mágoa.
Em novembro do ano passado, já freqüentando uma casa espírita há mais de dois anos, senti no meu coração que deveria fazer as pazes com minha avó, na verdade senti que deveria entrar em harmonia com ela, ela é mãe da minha mãe, então sou continuação dela e se devemos respeito e reverência a nossos antepassados eu estava em falta. Convidei minha irmã e fomos ao cemitério no dia primeiro de novembro.
Comprei flores e fui decidida a pedir perdão à minha avó e entrar numa freqüência de harmonia com ela.
Ela está enterrada no Cemitério das Saudades, aqui em Sorocaba, o mais antigo e o que mais foi superlotado com o tempo. Havia muitos anos que não ia até lá.,precisei de ajuda para encontrar o túmulo e precisei de um esforço enorme para lá chegar.
Construíram túmulos onde antes eram corredores e para chegar ao jazigo da família eu e minha irmã tivemos que escalar outros túmulos, passar por vãos estreitíssimos e quando conseguimos chegar,a única maneira de ficar próximo ao túmulo foi sentando sobre ele. Era uma situação extrema, mas me senti bem. Eu e minha irmã sentamos e eu conversei com vovó, como se ela estivesse na minha frente, pedi perdão, reconheci que ela merecia todo o meu respeito e reverência, deixe-lhe flores, fiquei em paz de verdade. Só que na saída eu me feri, fui obrigada a abraçar a cruz do túmulo em frente ao dela para poder sair dali, a cruz recoberta de azulejos me causou um hematoma enorme e um corte no braço , exatamente na altura onde foi feito o corte da minha cirurgia.
Vejam bem, não culpo minha avó pelo câncer, culpo a mim mesma que não tive capacidade para entender e perdoar uma pessoa que era sangue do meu sangue. E por quem vim alimentando uma mágoa boba.
Para encerrar, durante os dias que antecederam minha cirurgia, feita no dia 18 eu fiquei muito fragilizada e recebi muito apoio dos meus amigos encarnados e dos desencarnados.
No exato momento em que eu estava sendo anestesiada e pedia ajuda divina ,o último rosto que vi, foi o da Minha Vovó Rosa dando um sorriso doce e reconfortante.
Obrigada Deus por me mostrar , quando a moléstia apareceu já não tinha mais mágoa , mas eu a deixei ficar ali muitos e muitos anos.
Pensem bem e tratem de limpar seu coração, não quero ninguém com má-água.
Beijos no seu coração
Edelvira Lúcia



20/02/2009

Cirurgia marcada--- Graças a Deus

Inspirando-me na frase do Edir Macedo “ Sai desse corpo que não te pertence”, estou agora bem mais tranqüila, a cirurgia foi marcada para dia 18/02 , não agüentava mais de tanta ansiedade ,pois não sei a que velocidade cresce esse câncer dentro do meu seio.
É uma situação que não desejo a ninguém , sou grata a Deus que tem colocado pessoas anjos na minha vida , que me ajudam , me passando fé e coragem ,porém há dias que fico pra baixo.
Ainda bem que estes dias tem sido minoria , tenho recebido apoio dos meus filhos , do meu marido , dos familiares tanto dele como meus , amigos e assim vou caminhando.
Agora e esperar a cirurgia e depois seguir o tratamento que for indicado.
Se tiver que ficar careca, tudo bem , se a Piná pode , porque eu não?
Apesar de ser a coisa que menos desejo.
Estou tentando manter alto astral....porque o Ayrton entra em parafuso.
Vamos sair dessa e ainda celebrar as bênçãos divinas.


10/02/2009

Minha vida é exótica

Acho que sou uma pessoa abençoada, pois nesta vida vivi coisas que jamais ousaria pensar. Não sou melhor que ninguém, mas que existe algo especial na minha existência, isso existe. Talvez Deus queira abreviar as minhas encarnações me permitindo viver situações exóticas nesta vida, para que eu me aprimore ou então em outras vidas eu fui um terror.
A primeira coisa que me fez diferente (numa determinada situação) foi ter sido obediente.
Perdi meu pai, ele com 33 anos, quando eu tinha seis anos. Morreu vítima da tuberculose que ele pegou trabalhando, numa circunstância especial. Digo especial porque ele era funcionário do Ministério da Guerra, no material de Intendência e durante a II guerra , quando os brasileiros chegaram à Cicília-Itália , o povo não tinha mais roupas. O Brasil vendo aquilo resolveu mandar com urgência roupas e calçados para o povo italiano, não foram apenas donativos, o governo pegava nas lojas também.
Essas roupas eram enviadas ao exercito e lá separadas e embaladas para serem entregues, iam de navio.
O trabalho era urgente, pessoas nuas, desagasalhadas e o pessoal do material de intendência não media esforços no trabalho, não eram compelidos a trabalhar mais por ninguém, apenas o faziam por solidariedade. Depois de trabalhar dias e dias, sem alimentação adequada, sem descanso, esses funcionários já debilitados pelo inverno da cidade de São Paulo, dormiam sobre fardas e materiais trazidos da Itália.
Não se preocuparam, ali naquele material vindo da Itália, da frente de batalha ,estava o bacilo, todos ficaram tuberculosos
Meu pai ficou aparentemente curado, foi aposentado e casou-se com mamãe, a doença ainda não tinha cura e ele era estigmatizado. Ela sofreu enorme pressão para não se casar com ele, mas o amor venceu.
Só que papai, são-paulino fanático, jogador de futebol, jovem, alegre, pé de valsa, acho que esquecia ou queria esquecer-se do que passou e descuidou-se, resultado: a tuberculose o ataca novamente, eu tinha nove meses e ele foi para o Sanatório, primeiro em Sorocaba, depois São José dos Campos.
Lembro-me dele com carinho, quando ele vinha nos visitar , ficava num quartinho no porão , quando ia embora punha os talheres que usou em uma lata , colocava querosene e os queimava, depois os colocava no lixo, mas estavam impossibilitados para o uso. O prato e copo eram quebrados. Lembro-me dele levando-me passear segurando na mão de uma boneca, entre nós dois a boneca.
Lembro-me de pedir colo e ele me colocar nos joelhos, eu voltada para frente, não era assim que eu queria...
Lembro-me das lágrimas nos olhos dele espelhando as minhas. Eu não entendia e fazia birra.
Minha mãe ficou viúva aos 30 anos, ela era linda.
Havia nessa época um preconceito imenso, a tuberculose ainda não tinha cura, e o simples fato de ser filha de um tuberculoso eu poderia sofrer discriminações.
Desde os quatro anos estudava no Santa Escolástica,minha mãe trabalhava na fábrica de tecidos,para custear a escola,já que a pensão do papai não permitiria esse luxo,mas era um sonho dele que eu tivesse a mesma educação de sua mãe,que eu fosse professora.
Então minha mãe, após a morte de meu pai,com a melhor das intenções, pediu que quando perguntassem pelo meu pai que eu dissesse: morreu. E não comentasse mais nada.
Assim fiz. Sem questionar, na verdade eu não enxergava preconceito nos outros, sequer imaginava existir tal coisa. Essa obediência custou caro.
Meu primeiro amor, meu primeiro namorado, era filho de uma família que me conhecia desde os nove anos, freqüentei a casa dele como coleguinha de suas irmãs e na adolescência o vi com novos olhos.
Foi um namoro difícil de descrever, todos sabiam, mas namorávamos escondido da família dele. Encontrávamos-nos às escondidas, na frente da família era como se nada acontecesse, eu tinha treze anos ele dezoito. Minha vida era uma eterna festa de aniversário, de tanto bolo que eu levava, não sabia o motivo.
Foram dois anos e meio, terminávamos e voltávamos, eu não conseguia entender o que acontecia, minha mãe já havia percebido, mas não me falou.
Então cansei de ser deixada de lado, cansei de viver um amor puro às escondidas, quando tantos queriam me namorar.
Jamais podia imaginar o motivo. Descobri através de uma amiga anos depois e me causou além de uma tristeza profunda, uma depressão que precisei de terapia.
Aquela família a quem eu tanto amava e respeitava baseada na informação mínima sobre meu pai, e olhando para minha irmã cujo biótipo e o do meu pai e o meu da minha mãe, tinha a certeza de que eu era filha de mãe solteira e que ainda tinha uma irmã de pai diferente. Por isso boicotavam o nosso namoro, apesar de gostarem de mim, temiam que eu engravidasse e quisesse dar o golpe da barriga.
Meu Deus, isto é que foi uma tortura para mim, meu namoro era puro, apesar dos meus hormônios estarem em ebulição e eu o desejasse como o naufrago deseja a terra firme,por respeito e fidelidade aos pais dele e a minha mãe ,jamais fizemos nada,sabíamos que eles temiam isto.
Foi algo marcante, tão marcante que influenciou o resto da minha vida, meu casamento capengava, mas ao descobrir que por não ter pai fui julgada e condenada a não viver um grande amor, jurei para mim mesma que jamais me separaria antes da minha filha estar casada.
Parece tolice, para mim não era. Cumpri o prometido. Minha filha casou-se ( e muito bem) aos 29 anos. Aí pude tomar a decisão de mudar minha vida.
Não corria o risco de por preconceito minha filha fosse estigmatizada e impedida de viver o amor em sua plenitude.
Sofri, fiz terapia, trabalhei minha cabeça por muitos anos, hoje não tenho nenhuma mágoa para com ninguém. Mesmo morando na mesma cidade eu o vi de longe três vezes. Desejo a ele e a família só o bem, a dor me ensinou uma grande lição.
PRECONCEITO NÃO!
Vou continuar...

05.02.09

Alerta às mulheres

Queria aqui deixar um alerta a todas as mulheres que desejam viver e viver com qualidade de vida.

Às vezes pensamos que estamos cuidando corretamento do nosso corpo e podemos cometer erros que nos levariam à morte.

Em 11/01/09 senti um nódulo no seio direito , fiquei em pânico, mas Deus não me desamparou.

Como o meu médico estava entrando em férias naquele dia , minha filha pediu a ele que me desse a solicitação de exames de mamografia e ultra-sonografia .Acho que foram os anjos que me inspiraram a pedir as duas.

Eu as fiz no mesmo dia , uma em sequência a outra e os resultados são extremamentes discrepantes.

O resultado da mamografia , em sua conclusão dizia :

Birads - categoria 2 -Achados mamograficos benignos.Rotina.

A ultra-sonografia , feita pela Dra. Rosemeire Fernandes Garcia, encontrou algo que necessitava de ação imediata. Em sua conclusão diz a mamografia :

Nódulo sólido às 9 horas da mama direita.

Categoria BIRADS 4c- adaptada pelo ultra som.

A doutora Rosmeire me orientou a procurar com a máxima urgência um mastologista e foi o que fiz.

O mastologista ao ver a mamografia (eu não havia visto o resultado até este domingo) de pronto contestou o resultado da mamografia me dizendo com clareza que não era um BIRADS 2 e sim um cinco o que indicava 95% de chance de ser maligno.

Fizemos na hora a biópsia que confirmou tratar-se de um carcinoma ductal invasivo. Portando o nódulo é maligno.

Já estou com todos os exames prontos e somente espero o médico informar a data da cirurgia .

Porém fiquei pensando ,na verdade no domingo , quando li a mamografia, senti um gelo na boca do estômago. Se eu tivesse feito somente a mamografia?

Não estaria eu a mercê de um câncer invasivo , crente que não tinha nada?

Não sei e nem pretendo saber de onde veio o erro .Um erro não justifica o outro.

Quero pedir a vocês todas que façam seus exames de rotina ,mas peçam os dois exames, a mamografia e a ultra-sonografia.

E se em algum deles tiver um achado ,mesmo que digam-no benigno,procurem um mastologista,pois como disse meu marido , o ginecologista deve conhecer muito mais de útero do que de mama.

Aqui vai o meu pedido . O meu alerta e os meus votos de que tenham muita saúde ,entretanto se forem contempladas com algo assim , não se apavorem (muito) , creiam em Deus.

Eu , no momento , só desejo ardentemente que retirem da minha mama esse câncer, pois ele é invasivo, mas creio que Deus pode tê-lo cercado para não avançar , afinal Deus me cercou de anjos para que eu descobrisse o que tinha. A começar pela doutora Rosemeire.

A todas um grande beijo

04.02.09

Missa para Dona Francisca

Com certeza a celebração ainda está acontecendo , eu não fui ,porém já fiz o evangelho no lar e pedi por ela.Orei e agradeci porque tenho a convicção de que ela está num ótimo lugar.

Dona Francisca ,jovem senhora, mãe de dez filhos sempre fez o que Jesus mandou : "Deixai vir a mim os pequeninos ,porque deles é o reino dos céus" Com certeza isso está registrado no livro da vida e tenho a certeza que o nosso Mestre já computou nas contas de Francisca.

Ela dividia , mesmo que fosse pouco ,o que tinha.Lá vão mais pontos.

Ela amava o próximo e até compreendia aqueles que não sabiam amar.Pontos pra ela.

Às vezes as pessoas apenas cumprem os dez mandamentos da Lei Mosáica e acham que está tudo bem, não é bem assim.

Jesus veio e revolucionou o mundo , fazendo do mandamento Amar ao próximo como a ti mesmo , o mais eficaz. A Lei mosáica não ficou para trás , ela foi iluminada por Jesus.

Há uma promessa na Bíblia que diz " Honra a teu pai e a tua mãe ,para que te vá bem e sejam longos os seus dias sobre a Terra.Mais pontos pra ela.

Como seu Kardecista , sinto em meu âmago que ela está muito bem, quantos dos amiguinhos que brincavam naquela casa e que já estão no plano divino ,devem ter corrido para recebê-la com todas as honras que ela merece.

Hoje mais um foi para a morada do Pai, o Tonho, irmão da Sônia Jacinto.

Quem sabe , não foi essa doce senhora que o recebeu em seus braços?

E , ela do lado de lá , poderá ver e ouvir, porque ninguém morre ,muda de ambiente. A alma vive . Ela então saberá o quanto a amei e respeitei.

Impossível esquecê-la.

Minha querida, receba o meu carinho mais puro , as preces sentidas de fato e a certeza que um dia nos veremos.

Um grande beijo , mãe Francisca

O diagnóstico

27.01.09
Foi mais fácil do que eu pensava, com certeza o apoio da família e dos amigos, com toda oração e mentalizações que tenho recebido e também de espiar os exames que procuravam uma possível metástase e não encontrar ,fiquei mais tranquila.

O resultado foi carcinoma ductal invasivo, é maligno. Mas quando é que o mal vence o bem?

Agora vamos prosseguir com os exames que antecedem a cirurgia,devo fazer uma avaliação pré anestésica .Veremos os tipos de exames requeridos.

A Unimed deve autorizar dentro de uns cinco dias , aí marcamos a cirurgia.

Só depois de retirado o nódulo e este examinado é que o médico vai definir o tratamento. Se será radioterapia , quimioterapia.

Chega a ser incrível a paz que sinto nesse momento. Pode ser que como um ser falível, matriculada na escola da vida eu tenha meus momentos de tristeza, medo ,porém é com certeza que lhes digo , aceitação não foi problema para mim.

Aprendi a aceitar tudo ,mesmo as coisas mais difíceis, pois sei que é aprendizado e ficamos mais fortes. Minha filha já teve câncer de tireóide e está curada,Graças a Deus.

Tenho fé que isso será apenas mais uma ocorrência em que depois louvarei a Deus , nada mais do que isto.

Aos amigos queridos e a família o meu muito obrigada.

PS. Continuem orando,nunca é demais.

beijos no seu coração.

Nós estamos tristes e o céu reproduz isto.

Ontem ,partiu para o andar de cima alguém muito especial.Uma pessoa que foi importantíssima na minha infância e adolescência.

Partiu linda ao encontro de José , seu amado esposo.

Era madrugada quando soube e só soube porque os anjos não permitiram que eu não ficasse sabendo e não pudesse lhe prestar a minha mais pura homenagem.

Deixou o mundo dos vivos Francisca Almeida Moura , aos 85 anos, deixando aqui semeados dez filhos,netos e bisnetos.

O que me encantava nessa criatura que conheci por volta dos 9 amos é que apesar de ter dez filhos ela acolhia em sua casa os amiguinhos dos dez e nos tratava de tal modo que não queríamos sair de lá.

A sala era pequena para tanta criança assistir televisão ,era uma época em que poucos a tinham e ela transformava aquilo num cinema.

E as férias eram aguardadas com a certeza de que teríamos brincadeiras mil. Lembro-me de que havia uma garagem no fundo da casa e nela uma mesa de ping pong que a laboriosa Francisca escostava na parede e transformava num palco ,incentivando a todos a fazer teatro.

Lembro-me tão bem , de ela colocar quatro tijolos e fazer de fogãozinho para que as meninas pudessem brincar de casinha , de cozinhar,lembro-me que aprendi a descascar batatas com ela nessa brincadeira, ela brincando ali com a gente.

A alegria da casa era algo extraordinário ,hoje posso avaliar melhor, uma jovem senhora e seus dez filhos , além deles seus inúmeros amigos , e quantia paciência, quanto carinho, quando ela se dividia conosco.Jamais a vi brava ou descontente. E os tempos eram difíceis.

Lembro-me quando o Sr. José comprou a Rafepe , eu deveria ter uns treze anos e fomos lá para ajudar a arrumar a loja,nesse dia ,não sei o que observou em mim e ele me disse que no futuro eu seria uma boa secretária. Eu fui , Sr. José.

O Sr. José mudou a Rafepe,transformou-a na Auto Moura , a situação melhorou e os meus queridos vizinhos mudaram-se para um sobradinho lindo que lhes daria mais conforto. Não havia mais as brincadeiras ,pois havíamos crescidos ,mas o amor de Francisca era o mesmo.

Eu me casei aos dezoito anos, quando nasceu minha filha Estela Máris fui levá-la para que Dona Francisca a conhecesse , fui muito bem acolhida,porém me senti na obrigação de deixar de visitá-la.Não queria criar mal estar ,enquanto estava lá chegou a Regina e demonstrou uma pequena insatisfação em me encontar. Fui educada para não invadir territórios e por isso me afastei .

Acompanhei sua vida de longe , mas torcendo pelo sucesso de cada membro da sua família,indistintamente.

Há poucos anos voltei a telefonar-lhe e como eram gostosas nossas conversas. Há quase quarenta anos não a via ,mas seu rosto, seus olhos ainda eram vívidos em meu coração. Lembrava-me de como ela gostava de assistir SiSSi , a imperatriz.

Ela era romântica, alegre,feliz, era um ser de luz .Iluminou a minha vida e a de muitos outros que não eram seus filhos ,mas a amavam como tal.

Esse ser de luz está em outra dimensão , que os anjos consoladores possam balzamizar o coração de todos que ela deixou ,porque sua luz não se apagará por aqui e ainda assim brilhará num outro lugar, quem sabe quantas pessoas ela estará fazendo feliz neste instante.

Obrigada ,Dona Francisca, por me permitir ter vivido momentos tão bons ao seu lado.Obrigada Sr. José por ter sido uma pessoa tão admirável para mim. Obrigada a esta família toda que me permitiu ama´-los e conservá-los em meu coração.

Esperando o resultado

24.01.09
Bem, cá estou eu , esperando os resultados dos exames que fiz.

O resultado da biópsia ficou pronto quinta-feira,não fui buscar,para quê?Se os outros exames é que mostrariam o quanto fui afetada.

Fiz cintilografia óssea ,resultado sai na segunda-feira às 17horas, o RX de tórax alto já ficou pronto ontem , não quis tê-lo em mãos , afinal poderia abri-lo e ficar completamente maluca com o resultado sem ter para onde correr ou buscar ajuda.Sempre abri os exames....e as vezes me dei mal por não entender o que dizem,desta vez resolvi agir de modo diverso.

A ultrassonografia hepática mostrou meu figado perfeito. Afff que as cervejinhas não o arruinaram .Graças a Deus.

Quando estiver com todos não mão, fechadinhos .Irei ao médico,está marcado para dia 29 às 18:30 , estou tentando adiantar a consulta , afinal está angústia é terrível.Prefiro enfrentar tudo logo, a sensação de que fazendo a cirurgia e começando logo o tratamento terei mais chances de uma recuperação rápida.

Tenho fé de que vou me recuperar, afinal esse tumor não é meu, nasci perfeita e tenho uma enorme bitalidade,mas sei também que Deus está querendo dizer-me algo.

Sou toda ouvidos,mas ainda não entendi.

Enfrentando o tumor , sem medo.

19.01.09
Hoje fui ao mastologista, clinica bonita, médico gentil e doce.
O médico foi claríssimo ao ver minha mamografia, categoria cinco, há 95% de chances de ser maligno. È incrível, mas não me perturbou muito, apenas perguntei o que vamos fazer para vencê-lo e rápido.
Não sou fria, entrei em desespero anteriormente, meu humor oscilou muito durante a semana ,mas depois de receber tantas orações ,depois da minha amiga Merit oferecer o que ela tinha de melhor , senti-me fortificada. Deus tem propósitos para tudo.
De imediato deveria fazer uma biópsia, fiz na hora ,lá mesmo e Deus me sinalizou de forma doce que estava comigo.
Quando o médico chamou a assistente para me levar até a biópsia eu a reconheci, foi minha aluna, Karen,no Maylasky e estava vestida de lilás,recebi um abraço gostoso,daqueles de quem nos ama e a quem amamos.
Sala de biópsia, não doeu , foram retirados três fragmentos para análise, o resultado fica pronto na quinta-feira.
Na quarta-feira farei a cintilografia óssea e na quinta-feira USG hepático e RX do Tórax ,parte alta.Estes exames tem a função de ver se não há metástase. A partir daí é que vai ser definida a estratégia de tratamento.
Bem, creio que não alastrou, pois a médica que fez a primeira ultrassonografia de mama e detectou o tumor, por amizade, olhou o meu fígado e não encontrou nada,espero que nada encontrem.
Com certeza haverá uma cirurgia para a retirada do dito cujo e depois....Deus cuidará de mim.
Não sei se estou anestesiada, ou se é “E a Paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará vossos corações e vossas mentes em Cristo Jesus”. Filipenses 4:7
Honestamente acredito que essa paz só pode ser divina ,porque até a bem pouco tempo eu era o protótipo da ansiedade.
Obrigada a todos que estão me dando apoio,obrigada pelas orações e vibrações, e obriga Deus por me dar a chance de lutar,pois a única coisa que disse ao médico é que gostaria que ele me tratasse como uma paciente que quer viver muito.
Um beijo no coração de todos vocês

Está chegando ao fim

30.12.08
Mais um ano se acaba, 57 ao todo na minha caminhada. Não me lembro dos primeiros, a primeira recordação que tenho é de sapato novo, vestido novo, no dia primeiro do ano para ir encontrar a Santa. Isso é Nossa Senhora Aparecida vinha em romaria do bairro de Aparecidinha e o povo se postava ao longo da Av. São Paulo, aguardando fervorosamente a chegada da imagem. Devia ter uns cinco anos.
Era bonito de ver a fé das pessoas, quando a imagem chegava em frente a Santa Casa , a Santa entrava para uma visita aos doentes e acamados, quando ela chegava ,um pouco antes da ponte , a Fábrica de Tecidos CIANE apitava , muitos fogos de artifícios espocavam no ar e a irmandade de São Benedito que ali se encontrava com o andor do Santo se juntava na mesma procissão.
E garbosamente aquela procissão subia a rua XV de novembro até chegar a Catedral, onde a Santa ficaria até o segundo domingo de julho. O Bispo rezava uma missa, era tanta gente, mas tanta, que a missa era na porta da Catedral e a praça Cel. Fernando Prestes ficavam lotadas de gente. Creio que naquela época noventa por cento dos sorocabanos estavam lá. Ainda não havia os “new” evangélicos, os protestantes eram parcela pequena da população e os judeus também eram poucos na cidade.
Chinês, como hoje, nem em sonho!!!
Aquele habitual compromisso incutia em mim que era um novo começo. Não sabia bem o que, mas sabia que era um dia importante, pois mamãe vestia eu e a minha irmã com o que de mais bonito ela podia nos dar. Não havia ceia, havia apenas o hábito religioso de nos reunirmos a Santa na procissão.
Os anos passaram, deixei de ir a esse evento religioso que existe até hoje e que congrega os católicos, não tenho mais a inocência de outrora, nem a mesma fé ,mas que era bonito era.
Com o passar dos anos, adolescência me levou aos Clubes, o termo Revellion passou a fazer parte da minha vida , minha adolescência foi curta ,casei-me aos 18 anos e então o Revellion passou a ter como significado a ceia em família, o brinde , os votos e principalmente a esperança que o ano que entra nos traga menos problemas e mais soluções.
Ou então que haja muita saúde, que não aconteçam muitos crimes, que não percamos amigos e familiares e a vida não deixe de soprar o vento da alegria a cada dia, por mais difícil que ele seja.
Amanhã farei uma lista das coisas que consideram negativas em minha vida, falhas de caráter, teimosias, maus hábitos e tudo o mais que quero deixar para trás, depois de uma prece queimo esse papel.
Uma nova lista, desta vez com os desejos para 2009, outra prece, borrifo o papel com perfume e coloco dentro da minha Bíblia.
E aguardarei os amigos e familiares para cearem conosco, é lógico que faremos uma prece, e nos abraçaremos muito, como se abraçássemos o mundo inteiro ao desejarmos felicidades e paz.
Paz é o que mais precisamos, você não acha?

Eis que chega mais um Natal

21.12.08
E com este Natal uma certeza chega triunfante mostrando que tudo na vida tem um ciclo e uma função .

No ano passado escrevi aqui mesmo que Natal para mim era tristeza , hoje posso dizer que a tristeza passou e a esperança se faz presente.

Como as coisas mudam ! E de um ano para o outro, quanta novidade.

Este ano vamos realmente festejar o nascimento do Cristo , vendo-o como uma luz que ilumina o mundo a oferecer coragem e a nos dizer da persistência e da fé.

Neste ano ,tanto eu como o Ayrton estaremos felizes ,já começamos a nos preparar para a Santa noite e vamos receber .

Os filhos do Ayrton virão para a ceia , o mal estar e o distânciamento dele e da Adriana teve um fim , e isso é bom, cada um aceitando o outro como é ,isto torna possível uma convivência pacífica.O Flávio e sua esposa Marisa ,estes não terão mais que ficar na situação delicada que tinham até o ano passado, que era a de não poder juntar todos.A Flávia , mãe deles virá também , e isto para mim é felicidade.

Minha filha mais uma vez fazendo um cruzeiro,ótimo, se ela gosta fico feliz.mas...

O meu filho...este virá, há muitos anos não tinha sua companhia e ele virá transformado , o tempo é um Senhor restarador e modificador de situações.Se por um lado a separação dele trouxe-me tristezas ,sua nova vida se encarregou de fazer a alegria voltar e bem acompanhada.

Meu filho tem outra família, minha nora Jussara , os filhos dela : Drielli e Henrique César , e o meu neto que por ironia ou sincronicidade também se chama Henrique César. Juntos estarão aqui a Márcia ,mãe da Ju. Os dois irmãos e suas esposas,os sobrinhos,o pai da Ju e a esposa dele .

Novos amigos, o Senhor Marcílio e esposa, assim como o Alexandre e namorada.

Minha mãe e minha irmã. Será que esqueci de alguém?

Bem o Natal aqui será para quem mais chegar e tiver a esperança e a certeza que as coisas mudam.

A única coisa que podemos ter certeza é que tudo é volátil, mutável e que Deus é surpreendente,ele nos faz surpresas que jamais , mesmo num delírio maluco seríamos capaz de supor, ele recoloca as coisas no lugar,portanto se a sua vida está de cabeça pra baixo,não desanime, o Criador com certeza vai surpreendê-lo , de uma maneira inexplicável e você voltará sorrir e terá mais fé.

A vida muda , as pessoas mudam, mas nós também temos que nos transformar , a tolerância e a compreensão tornaram possível a paz do meu Natal.

E você ...tem consciência de que precisa aprender a tolerar mais, a ser mais condescendente?

Pode ter certeza , que esses pequenos atos podem e vão tornar o seu Natal e a sua vida muito melhores.

Viver é aprender e aprender é viver melhor.

Que o seu Natal seja maravilhoso ,pois com a ajuda de Deus e flexibilidade conseguimos transformar as lágrimas em risos.

E é isso que eu desejo a você , muito riso e predisposição para amaciar o seu coração.

Que Jeus se faça presente nele,e que você permita que ele seja o oleiro e transforme a sua vida

Feliz Natal

Minha amiga Geni

12.09.08
Postado às 15:36:03 por Edelvira Lúcia
Publicado




Existem pessoas que ao cruzarem nossas vidas ganham cadeira cativa em nossos corações. Geni é uma delas, a conheci numa reunião de escola, uma nova companheira de trabalho, poderia ser apenas isto, mas não foi. Parecia ter saído de um livro de contos de fadas, era a própria Branca de Neve, delicada, educada, gentil e etc. Só que ela estava tão sensível que no início do nosso bate-papo caiu num choro sentido e nós ,daquela equipe ficamos assustadas , com mais calma ela explicou o momento em que vivia e pudemos compreender o que sentia,não se fazia de coitadinha ,era emoção pura,dor latente,ferida aberta e pulsando.
No trabalho era dedicada, perfeccionista e tinha toda a capacidade necessária ao trabalho “Naquela Escola”. Éramos exigidas ao máximo, espremidas como laranjas, sugadas mesmo, apesar disso tínhamos uma união muito legal.
Fomos nos tornando amigas, confidentes, abríamos o nosso coração sem medo ,entre nós duas havia tanta sinceridade que eu contava a ela o que não contaria a mim.
Não ficamos muito tempo juntas, resolvi pedir demissão, apenas da escola, da nossa amizade jamais,ela pode ter muitas vírgulas ,nunca um ponto final.
Encontrei-a no Shopping hoje, tivemos pouquíssimos minutos para conversar porque eu estava, como sempre, apressada. Como foi bom.
Eu encontrei ali o ombro que tenho a certeza de acolhimento, encontrei o abraço amigo, o interesse sincero. Encontrei um pedacinho de mim, que às vezes fica distante,mas com um telefonema consigo encontrar . E isso é muito bom.
Geni que bom que você existe.
Aliás vou aproveitar este instante, nunca se sabe, a vida às vezes se esvai antes que a gente possa dizer à pessoas importantes como é bom ter vocês como amiga.
Vou tentar não esquecer ninguém, mas a memória às vezes falha ,outras nos prega peças:
Quero agradecer a vocês todas pela nossa amizade:
Geni, Guaraci, Maria Lúcia, Merit, Carolina, minha filha Estela, Neusa Maldonado, Tânia.,Rosângela.Viu, amigas de verdade dá para contar nos dedos

A vida é uma eterna mudança de situações

Assim como muda o tempo,muda o calendário ,muda a alma da gente.

Usei este blog como desabafo ,numa situação em que estava de fora do problema ,mas atingida por ele.Usei e abusei do uso de palavras doces com fel embutido.

Os comentários que fiz eram pertinentes àquele momento, como qualquer víbora destilei meu veneno , que gesto amargo!

Criei este blog sem a intenção de usá-lo para o mal e usei.Que feio!!!

Exclui meus últimos quatro posts porque fui delicadamente questionada,por uma amiga muito, mais muito especial que tenho .Vi que a minha amargura estava na minha postura e que eu não tinha nada com aquela pessoa que quis ferir. No fundo a feri porque descobri que ela não tinha por mim o mesmo carinho que eu tinha por ela.Que bobagem...Ninguém é obrigado a gostar da gente.

Agora com o coração mais leve, sem veneno nas veias, só posso agradecer a Deus por ter amigos de verdade como a Merit . E também a Carolina



Obrigada minhas queridas.

Isso foi um soco na boca do estômago.

Acabei de escrever sobre a tristeza que tive no domingo com o falecimento da Simone Grechi.

Acabei de descobrir que a irmã da Simone, Rosângela que também foi aluna do Maylasky , foi enterrada as 13 horas. De morte súbita também.

Possivelmente um enfarto.

Estou pasma .......e triste.

Saudades de Simone Grechi

Como é difícil perder alguém , na flor da idade e de maneira tão súbita.

Morreu Simone Grechi, 33 anos no último domingo.Eu a alfabetizei e depois fui professora dela de quinta à oitava série. Era alegre ,inteligente, bem humorada e sempre disposta a colaborar. Era um azougue de rápida.

Foi , sem esperar, subitamente e.....me deixou a pensar na brevidade da vida.

Não foi a primeira ex-aluna que perdi, Marisa Mena , minha loira linda , morreu depois de sofrer muito , com um câncer no cérebro.Desta fiquei sabendo da passagem uns quinze dias depois. Doeu, doeu muito.

Queria eu poder fazer um decreto assim:" Ficam doravante proibidos de morrer os ex alunos e os entes queridos ,antes do final da vida da autora".

Quem sou para isto? Sou espírita e ecredito que nascer,crescer,morrer,renascer novamente ,essa é a lei. É a graça bendita que nos dá o PAI para que todos tenhamos a oportunidade de evoluirmos.

Sim , eu creio que o espírito não morre,que ele vive e que um dia vai reencarnar para burilar suas falhas até chegar a perfeição,pois Cristo disse que fomos feitos s Sua imagem e semelhança.

De qualquer maneira dói.

Quero neste momento fazer deste texto uma oração e agradecer a Deus a oportunidade que ele me deu , dando -me a profissão de professora.Quantas pessoas conheci,quantas ensinei a ler e escrever e depois quando passei para séries mais altas , novas descobertas.Aprendi muito com todos os meus alunos, colegas, os pais.Eu fui FELIZ E SABIA

A minha vida profissional me deu muito mais alegrias que tristezas, realizações. Pode não ter me dado retorno financeiro,mas me deu a felicidade de ver seres desabrochando no jardim da vida.

Deus, obrigada por ter-me dado uma profissão digna e em que pude ser útil,dei o melhor de mim , com paixão e alegria.

Peço-lhe Deus , abênçoe meus ex-alunos onde quer que eles estejam.Assim como abênçoe a meus filhos e netos e me permita morrer sendo útil e alegre.

Parei de lutar por meus sonhos

Que ninguém se entristeça , não estou desistindo da vida , apenas parei.

Parei porque o persegui com tanta ansiedade que o desgaste foi minando minhas forças.Que sonho é esse?

Vender minha casa e comprar um apartamento menor no Centro da cidade, eu me beneficiaria muito com isso,imaginava que me marido também....

Então veio o balde de água gelada,tão gelada que conseguiu me fazer parar , parar de pensar,parar de agir,silenciou minha ansiedade,calou meus sonhos.Simplesmente uma frase me parou.

Ele disse....Você acha que eu gosto de me expor?Que não sei da figura ridícula que me tornei? Acho que ele está entrando em depressão , a possibilidade de colocar próteses é quase zero.

Não estou triste,apenas sinto falta da ansiedade que me movia e fazia sonhar,mas confesso , encontrei uma paz que desconhecia.

Nessa paz não existe a angústia nem a amargura , há apenas um vazio,uma espera....de quê ? Não sei.

Sei apenas que eu nada sei e que DEUS tudo sabe,talvez seja a maior lição que eu tenha aprendido.

A Ansiedade só é domada pela verdade nua e crua saída de lábios tão sábios como os do meu Ayrton.

Quem sou ou o que posso eu diante de algo tão doloroso e tão verdadeiro.Juro , convivo com ele e esta situação há mais de quatro anos,nunca me toquei que ele se sentia tão mal.

Envergonho-me de não ter percebido apesar de atenta,ela é tão forte,quem não o conhece de perto poderia prever, quem com ele convive , nem imaginar. Dói, como dói.

O Deus Exótico,maravilhoso e justo é agora o dono e Senhor dos meus sonhos eu vivo apenas o dia a dia. E Esá muito bom assim.

Não é desesperança, acho que é confiança absoluta no Deus que me criou e sabe o que é melhor para mim.

Obrigada pela paz que meu coração mergulhou,pela serenidade com que estou vivendo.Obrigada,Obrigada,Obrigada.

O que será (À flor da terra)

Tomo a liberdade de estabelecer para mim que a Música O que será que será ( Flor da Pele) como a mais perfeita definição de amor já feita .
Peço perdão aos autores para comentar.

O que será (À flor da terra)
Chico Buarque/1976
Para o filme Dona Flor e seus dois maridos de Bruno Barreto


O que será que será
Que andam suspirando pelas alcovas(é feito de suspiros)
Que andam sussurrando em versos e trovas( para que servem as trovas ?)
Que andam combinando no breu das tocas( ???? será que a necessidade de explicação)
Que anda nas cabeças, anda nas bocas ( e não anda?)
Que andam acendendo velas nos becos ( ah...os desesperados , apelam para tudo)
Que estão falando alto pelos botecos ( sobre amor não se admite cochichos)
Que gritam nos mercados, que com certeza ( sempre há alguém vendendo algo para encantar ou melhor seduzir)
Está na natureza, será que será ( sim está na natureza ,no homem , nos animais)
O que não tem certeza nem nunca terá ( parece-me que o amor e a incerteza formam um casal)
O que não tem conserto nem nunca terá ( quando se ama....???)
O que não tem tamanho ( impossível de medir,mesurar ,porque é volátil)

O que será que será
Que vive nas idéias desses amantes (?)
Que cantam os poetas mais delirantes (O que eles cantam ?)
Que juram os profetas embriagados ( embriagados em que sentido ?)
Que está na romaria dos mutilados (também está presente ali)
Que está na fantasia dos infelizes (Graças a Deus ainda lhes resta a esperança)
Que está no dia-a-dia das meretrizes ( Todas elas sonham com o amor de verdade )
No plano dos bandidos, dos desvalidos ( todos nós , todos, precisamos e queremos amar)
Em todos os sentidos, será que será ( sentidos? Os cinco sentidos....tátil...o cheiro do amado...)
O que não tem decência nem nunca terá ( perdemos o rumo quando amamos e assim perdemos o prumo,adormecem as lições do berço)
O que não tem censura nem nunca terá ( não há quem consiga censurar algo verdadeiro, que explode feito rojões,mesmo que não existam os cartuchos de disparo)
O que não faz sentido ( E faz sentido?, nos apaixonamos por pessoas tão diferentes de nós,que conseguimos perceber essa diferença , mas e daí....o amor nivela....)

O que será que será
Que todos os avisos não vão evitar ( sem comentários...ninguém manda no coração)
Porque todos os risos vão desafiar ( sim ..riem de quem se apaixona pela pessoa errada, e daí , daí)
Porque todos os sinos irão repicar ( as pernas amolecem, há um gelo no estomago, sentimos tantas coisas, até repique de sinos....)
Porque todos os hinos irão consagrar ( lembra do Hino ao amor da Edith Piaf?
E todos os meninos vão desembestar ( basta crescer e junto com as espinhas vai aparecer?
E todos os destinos irão se encontrar ( destino, carma ????)
E o mesmo Padre Eterno que nunca foi lá ( O PAI)
Olhando aquele inferno, vai abençoar ( é um inferno amar , mas como necessitamos amar e como DEUS é generoso)
O que não tem governo nem nunca terá ( governo....o que é governo se o amor é desgovernado em sua essência?)
O que não tem vergonha nem nunca terá ( Vergonha ....de quê)
O que não tem juízo ( a marca registrada do amor....não tem juízo...e se tivesse serviria para quê ?.)

O mais importante de tudo, é que na essência do homem está entranhado em seu DNA a necessidade de amar. è algo inexplicável porqueé divino.

Com AMOR

Edelvira Lúcia

Entre estrelas há um Sol perfeito

Tenho paixão pelas estrelas. As que brilham no firmamento e àquelas que fazem dos oceanos seu habitat.
Porém tenho predileção por uma estrela , estrelinha que gerei por nove meses, tinha tanta certeza que era ela e já a chamava de Estela.
Quando ela nasceu , veio num dia especial , 23/06/1970 , naquele dia o Brasil era uma festa só , os canarinhos haviam sido tricampeões e estavam chegando no país onde aquela estrelinha que mantive junto ao meu coração por nove meses , decidiu que era hora de sair.
Creio que ela saiu do meu ventre para festejar,pois no exato momento do seu nascimento , o capitão Carlos Alberto colocou os pés em solo paulista. (Desceu do avião). Tenho isso tudo registrado na memória ,pois havia na sala de parto um radinho ligado, o obstetra,Dr. Péricles não queria perder nada. E quando pegou-a pelos pezinhos fez um discurso tão lindo ...disse a ela : _ Bem vinda ao mundo Estela Máris , que vocês tenha a felicidade deste país,pois creio, neste momento não há um só brasileiro infeliz.
Perfeito vaticínio,bebê risonho, criança feliz , amorosa , inteligente, etc.
Foi aluna brilhante , é profissional competente e mãe nota dez.
Quando vivíamos juntinhas , ela sendo embalada pelas batidas do meu coração eu sonhava por mim e por ela. Embalava-a com as canções mais lindas e sonhava para minha princesinha uma vida de contos de fada. Eu era muito novinha e ainda acreditava nos contos de fadas....
Ela transformou-se numa linda mulher e Deus que é muito exótico para comigo,resolveu que a minha princesinha teria direito àquele contos de fadas,Deus colocou na vida dela um Príncipe mais que encantado, encantador.
O príncipe Luís Vicente chegou e de cara , mesmo sem querer ou fazer qualquer esforço, ganhou a simpatia do sogro e da sogra. Viramos tietes do moço , antes mesmo do namoro começar. Não sei explicar ,mas sentia que estava ali , naquele homem enorme a figura do príncipe daquele que seria o amor da minha estrelinha.Apelidei-o de Rei Sol , isso nem ela sabe.
O tempo passou , o amor dos dois aconteceu , a família dele realmente é de nobreza singular.... O Rei Sol tem uma mãe que eu também adoro.
E desse conto de fadas , nasceu Luís Vicente Filho, me perdoem a falsa modéstia,meu neto tem toda pose de um nobre e a conduta de um verdadeiro Lorde.
O amor e a vida da minha estrelinha é um alento verdadeiro nos meus momentos de tristeza , é a certeza de que Deus existe. E que ele se recorda dos pensamentos mais escondidinhos.
Hoje o Rei Sol faz aniversário e eu só queria lhe dizer que o amo muito.Amo-o como a um filho, amo-o porque faz minha filha feliz, amo-o porque me deu um neto lindo e ainda amo-o porque é um HOMEM de verdade.
Escrever me faz bem, e me dá a oportunidade de dizer para alguém como o Luís : “Como é grande o meu amor por você”.

Beijos

Nau sem rumo? Descobri como me guiar

Onde tem uma bússola? Onde estão as estrelas que servem para orientação? Cadê o chão que conheço e que me faz dar passos sólidos.Onde está o caminho? Não perdi a consciência , nem mesmo o senso de dever ,perdi apenas o prumo e o rumo. É estranho , você convive com uma pessoa por quase sete anos, enfrenta a vida e a morte e de repente.....tudo o que você pensava estar fazendo de certo, torna-se equivocado. Eu sonhava e lutava para vender minha casa e comprar um apartamento na área mais central da cidade, seria bom pra mim e acreditava ser bom para o meu marido....doce ilusão. Ele pensa de uma forma que eu desconhecia....Tinha a certeza que ele estava inteiro, embora lhe faltasse os dois membros inferiores. Não....ele não está. E lê tem vergonha de sua aparência. Eu fiz de tudo para que isso não acontecesse,mas... Ele se mostrava uma rocha, hoje o vejo um ser humano, triste e envergonhado de sua aparência. Acreditava realmente que ele havia vencido os preconceitos, estava acima disso , mas não é verdade. Ele é um ser humano, singular,mas comum ao mesmo tempo. Achava que minha presença ao lado dele era importante ,que idiota, eu me achava o suporte ....descobri que às vezes sou o entrave. Acreditava que podíamos ter uma vida normal,nada a esconder..... Descobri que ele prefere se esconder. Ele sente falta dos amigos , falta de companhia, mas não dá minha. Sei que ele me ama , ama a sua maneira, mas não me ama como a única,não me ama como a eleita , me ama apenas como a enfermeira pacífica que lhe acode nos momentos de aflição. Ele não tem culpa , eu não tenho culpa, isto é fruto rigoroso do “ acaso”. Se fico em casa ,pensando que com isso ajudo, atrapalho. Se solícita ,incomodo e não o deixo testar seus limites. Isso me tirou o chão.Tenho que encontrá-lo,preciso construir sobre as pedras a minha vida. Não deixarei de fazer nada do que faço, apenas sou obrigada a abrir novas frentes , enxergar novos horizontes,buscar uma razão de ser,para poder crescer e não ser mais uma bengala??? Ele nem bengala usa? Preciso ser algo útil. Minhas lágrimas de nada servem,minhas angústias não criam teias,meus sonhos não edificam. Que faço eu? Eu busco no esconderijo do Altíssimo o bálsamo que cure a minha dor e a luz que me mostre uma estrada.... È Deus, eu sempre disse que o Senhor era exótico. E não errei. O comentário sobre o exotismo do Altíssimo sempre teve a ver com a maneira que ele resolve as situações. Como ele estabelece e restabelece as mais contraditórias histórias .Que encontra saídas jamais imaginadas, Sempre fui fã desse Deus que me surpreende a cada ação.Encanto-me com ELE. Pronto.....já achei a minha bússola, as estrelas que servem de orientação já se mostram no horizonte.....GPS ? Qual o quê ? É a esse Deus exótico que volto os meus olhos e é Dele que me virá o Socorro.... Ah!!! Realmente , quando escrevo neste blog eu me reencontro....É realmente uma conversa entre eu e minha alma . Obrigada , Amoroso e Exótico Deus, confio em você. E aqui entrego-lhe meus passos.Aceite isto como uma oração.

Nau sem rumo? Descobri como me guiar