terça-feira, 14 de setembro de 2010

Minha vida é exótica , mas estou começando a destrinchar os nós do meu passado.Quero e vou ser livre.

Terça-feira, 14 de setembro de 2010

Já postei este texto e estou repostando,pois sinto necessidade disto.Além do trauma abaixo referido, tinha mais um que me incomodava e muito.
Como disse estudei no melhor colégio de Sorocaba ea cho que foi uma grande sandice o que fizeram comigo.Nunca misturem alhos com bugalhos.
Eu era de família simples e vivia no meio da classe A da cidade ainda pequena, resultado, mais traumas.
Desde os quatro anos , ( eu era bonitinha) eu cantava , dançava e participava de todos os ensaios para as festividades , que as " Santas Freiras" cobravam ingresso dos alunos para assistir as apresentações. Nunca fui convidada a me apresentar , apesar de me esmerar em tudo que fazia, assim foi aos 4 anos, aos 5, aos 6, aos 7 e nunca,nunca mesmo cantei um só refrão ,jamais dancei nas pontas dos pés ou em outro tipo de dancinhas próprias da idade. Com o tempo e a ingenuidade da minha mãe fui acreditando que eu era um verdadeiro desastre cantando ou dançando. A mágoa calando fundo, mas o esforço da minha mãe era imenso, ela era linda e trabalhava como tecelã para pagar o colégio e não ver a filha exposta ao que posso chamar de AFRONTA MORAL INJURIA.
Naquele tempo as ditas cujas beneditinas, reservavam o horário da manhã para quem não podia pagar e a série a que pertenciam eram marcadas por botões amarelos.
No período vespertino, aqueles que pagavam em dia usavam botões vermelhos.
Em qualquer festividade da escola se um grupinho de meninas de botões vermelhos se aproximava de um banco do jardim em que estavam meninas iguais a nós, portando os botões amarelos, estas eram obrigadas a levantar. Eu não tinha noção, era pura, mas aquilo me incomodava,pois eu não podia nem conversar com a minha vizinha que tinha o botão amarelo.
O tempo passou e eu segui acreditando que era um fiasco cantando, nem na igreja tinha a petulância de cantar junto. Isto tem 52 anos.
Resolvi acabar com os demônios que devoram minha alma, quero ser livre e, portanto matriculei-me numa escola de canto, não sem antes explicar ao professor ( Prof. Zack )toda a minha certeza da desafinação , da falta de ouvido, etc. E ele me disse que se eu era assim teria que me empenhar e muito para conseguir alguma coisa. Topei a parada. Eu e meus demônios...Descobri quer não sou desafinada e até tenho um timbre bonito.Estou só começando, mas volta e meia me vem a cabeça aquela madrezinha...que nunca me colocou porque eu era POBRE.OU MELHOR NÃO PERTENCIA A NATA.,porém tinha notas muito melhores que as delas.
E mexendo nesse vespeiro que são os traumas de infância relembrei de outro que ainda me machuca e que quero E VOU EXPUGAR PARA SEMPRE DA MINHA VIDA.
Hoje adoro amarelo e uso muito pouco vermelho, que estas madres recebam o que merecem, porque o que me importa agora cantar.
AH! Se elas fossem vivas!!!

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